História
Sua[1] delimitação atual foi estabelecida pelo Decreto n.º 3158 de 23 de julho de 1981 que o definiu em uma área de 2,605,42 hectares.
Pertence a 5° (quinta) Área de Planejamento e dá nome a XXXIII Região Administrativa carioca a qual envolve os bairros Deodoro, Jardim Sulacap, Vila Militar, Magalhães Bastos e Campo dos Afonsos. Costuma apresentar as temperaturas mais altas da cidade, mesmo que as noites de inverno sejam freqüentemente frias devido à proximidade com as serras.
Há duas versões para a origem do nome do bairro: a primeira explica que o nome origina-se da[3] denominação da região no período imperial a qual era "terras realengas de Campo Grande", do germânico "realenga" que nomeava tudo que estava longe do poder Real, no entanto, segundo a tradição popular, seu nome é uma abreviatura do nome Real Engenho a qual era "Real Eng°", afixada sobre as placas no topo dos bondes desta região e com o passar do tempo, tornou-se popularmente Realengo. A concessão das terras onde hoje é o bairro Realengo, central e periferia, foram destinadas apenas para servir de pastagem de gado bovino, fornecendo carne aos talhos (Açougues) da cidade. Estas terras foram proibidas de venda ou quaisquer outra forma de alienação obrigando-se a Câmara, por outro lado, a fazer medir e trazê-las limpas em condições de servir ao fim para que foram doadas pela mencionada carta régia.
O povoado de Realengo foi limitado pelo senado da Câmara do Rio de Janeiro, pela provisão de 18 de julho de 1814, tomando posse a coroa destas terras testadas para a estrada de Santa Cruz. Apesar da proibição expressa de arrendamento, vendas ou quaisquer outras forma de alienação, a Câmara, a partir de certa época, valendo-se da carta régia de 27 de junho passou a aforar todos os terrenos concedidos, para isso fundamentou tais aforamentos a portaria de 20 de novembro de 1815 do príncipe regentem conhecida como aviso régio, de 20 de dezembro de 1815 que somente permitia o aforamento da parte que fazia testada para a estrada de Santa Cruz com fundos de 20 braças no máximo e não de todo Realengo.
O bairro teve seus primeiros povoadores, escravos e emigrantes portugueses da Ilha dos Açores, por ordem do Príncipe Regente Dom João, futuro Dom João VI. Ao chegarem se dedicaram à agricultura para pastagem levando produtos como açúcar, rapadura, álcool e cachaça, pelo porto de Guaratiba. Pelas pesquisas, ao contrário das regiões limítrofes, não houve só um engenho em Realengo; tudo era levado para sofrer processo de transformação em outras propriedades.
Levando-se em conta a documentação oficial, considera-se a oficialização e criação de Realengo em 20 de novembro de 1815, para essa data foi criada a Semana de Realengo em 20 de dezembro de 2002, a fim de celebrar o bairro.
Em[4] 2 de outubro de 1878 é inaugurada a estação de Realengo da Estrada de Ferro Central do Brasil. Entre ela e a Escola Militar foi construído um hangar, já inexistente, onde foram construídos os primeiros dirigíveis brasileiros dando início a aviação brasileira.
Em[5]1898 foi construída a Fábrica de Cartuchos e Artifícios de Guerra do Exército conhecida como "Fábrica do Realengo de munição", desativada em 1978, e também é inaugurada a Escola de Tática e Tiro do Exército, depois Escola Preparatória de Cadetes do Exército que depois do decreto n° 5698 de 2 de outubro de 1905 viraria a Escola de Artilharia e Engenharia, depois Escola de Aplicação da Cavalaria e Infantaria, seguinte Escola de Aplicação de Artilharia e Engenharia, depois Escola Militar do Realengo. A Escola de Cavalaria e Infantaria seria extinta em 1911 com a transferência da Escola de Guerra de Porto Alegre para Realengo. A Escola Militar permanece em Realengo até tranferirem-na para a Academia Militar das Agulhas Negras, no município fluminense Resende.
A partir da ocupação militar e industrial na região, ela perde o aspecto rural e bucólico. Começa então a ocupação efetiva dos espaços. Os programas de assistência habitacional criam diversos conjuntos habitacionais para população de baixa renda, militares e operários como por exemplo a Cohab, referência ao plano de habitação popular do BNH, e os conjuntos habitacionais do IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários), conhecido por "coletivo", para abrigar os trabalhadores da fábrica.
Depois do bairro não sustentar mais grandes instituições militares, seu comércio retrai bastante, já que ele era baseado no público militar, mas que também possuia fábrica de colchões, componentes de rádio, vestuário, principalmente calçados femininos por causa de sua localização perto da Fábrica de tecidos Bangú.
Apesar do bairro ser conhecido na história militar brasileira e entre grande parte dos militares do exército, ele ficou nacionalmente conhecido na canção "Aquele Abraço" de Gilberto Gil, onde aparece no verso: "Alô, Alô Realengo, aquele abraço". Isso remete ao tempo que Gilberto ficou detido nas prisões militares de Realengo na época da Ditadura Militar.[6] A expressão "Aquele Abraço" foi originalmente usada como bordão de um programa de televisão pelo comediante Lilico, e era desta forma que os soldados saudavam Gilberto Gil.
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